O vôo picado (e desorientado) da Borboleta continua, com a insanidade e a causticidade de sempre! Old times are coming back... I can feel it in the air ;)
Apesar do título deste post ser uma clara alusão a um grande filme, não estou aqui para vos falar nele. O que me traz hoje ao meu e vosso ciber-tasco são as relações amorosas… o que falha, para ser mais precisa. Pois é, meus amigos, isto de manter uma relação é uma carga de trabalhos e dores de cabeça!
No início tudo são rosas (no sentido literal e figurado), mas isso depressa termina. Nós – e quando digo “nós”, é um geral demasiado geral, porque a mim caramelo nenhum mandou esta boca… e se a pensou, depressa tratou de calar a boquinha de onde só sai asneira, piropo de engate “à la trolha” e frases feitas nas quais já não caio – adiante! Estava eu a dizer que nós somos acusadas de dar um sem-fim de fodas nos primeiros meses e de começar a “cortar-nos” à medida que o tempo passa. Será que os otários do sexo oposto nunca pensaram que isto é um sinal de algo? Ao contrário deles, nós não conseguimos dar a trancada da praxe se o ambiente não for propício ou se algo não estiver tão bem como devia. Quando falo em falta de feeling, não me refiro apenas ao sexo mas sim a toda a intimidade e tudo o que lhe está inerente.
Misturado com conversas que me deram asco ler (aqui é favor colocar os tags “fezes do msn” e “wtf”), estava o seguinte discurso metafísico – passo a citar – “para mim, um relacionamento é como um jardim… tem de ser cuidado todos os dias, senão morre”. Bonitas palavras, sim senhor! Será que as acções são a condizer? É precisamente aqui que a coisa descamba, porque até quem apregoou isto até à exaustão deixa morrer uma relação! Como? Muito simples. Basta começar a tomar as coisas como garantidas, quando nada nesta vida o é, para começar a baixar a guarda, deixando que as ervas daninhas comecem a instalar-se. Claro que o desleixo sentimental não é exclusivo de quem apregoa a arte da jardinagem, mas convenhamos que nestes casos se nos afigura irónico o desleixo. No fundo, tudo isto não passa de um grave problema de memória (Alzheimer emocional?), com consequências mais ou menos previsíveis.
Esquecemos as necessidades do outro…
Esquecemos que falar nem sempre é sinónimo de comunicar…
Esquecemos que a paciência é uma virtude que também deve existir em nós…
Esquecemos o companheirismo e a cumplicidade…
Esquecemos que o egoísmo não é compatível com o amor…
Esquecemos que devemos dar uma carícia sem motivo algum e sem esperar algo em troca…
Esquecemos até que ponto precisamos desesperadamente daquele abraço apertado…
Esquecemos que valorizar o outro e fazê-lo sentir-se amado e desejado é fundamental…
E esquecendo os pequenos detalhes e tudo o que um dia nos juntou, abrimos portas à indiferença… e ao final.
Enquanto escrevia este post, estava na dúvida se haveria música que conseguisse transmitir o que eu tentei nestas breves palavras. Num insight lembrei-me desta, que vai mais além das relações amorosas e abarca as relações com todo os que nos são queridos… e a moral da história mantém-se a mesma: devemos dar o devido valor às pessoas que o merecem, antes que seja tarde demais e as palavras fiquem suspensas no vazio.